Deuses E Homens
Autor: Adeilson Nogueira
Número de Páginas: 81
Para os antigos habitantes da Mesopotâmia, um enterro envolvia muito mais que o morto. A última morada era mobiliada com objetos tanto mais preciosos quanto mais importante e rico fosse o extinto. Animais, guardas e empregados formavam um cortejo para acompanhar o falecido na viagem sem retomo. Nada de extraordinário o esperava além. Tudo continuaria como na terra, de outro modo, talvez. O morto nem se acabava nem se transformava em ser divino. Essas concepções remontam ao ano 3.000 a.C., mas só se tornaram conhecidas na década de 30, após a descoberta de túmulos em Ur, na Caldeia, hoje parte do Iraque. Também puderam ser conhecidas graças à literatura deixada pelos sucessivos habitantes da Mesopotâmia — assírios, caldeus, babilônios, sumerianos. Esses textos literários revelam temores com relação aos deuses, que, embora congenitamente bons, tinham imprevisíveis repentes de cólera. Os deuses regiam as forças da natureza. Comandavam raios, ventos, rios, céu e terra, sol e lua. Eram representados sob forma humana, em formas de animais, como eram os deuses do antigo Egito. Às vezes, acompanhava-os um animal; o leão, por exemplo, aparecia ao lado da deusa...